segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Adolescência é fase ideal para tratar estrias

O tratamento das estrias tem ótimos resultados quando feitos no início de seu aparecimento. Não há estatísticas oficiais sobre o assunto, mas os especialistas baseados em dados empíricos afirmam que de 80% a 90% dos pacientes respondem bem nessa fase. O que significa que o problema pode até desaparecer.


Nas mulheres, as estrias se instalam nas laterais das coxas e nas nádegas


O aparecimento das estrias é muito comum na adolescência, já que uma das causas do problema é o crescimento rápido: nas meninas, o aumento das mamas e áreas laterais das coxas e nádegas; nos meninos, o crescimento dorsal e lombar. Esse processo geralmente se dá a partir dos 9 anos, nas meninas, e aos 11 anos, nos meninos. Outras causas estão relacionadas com hereditariedade (se a mãe tem estrias, a chance aumenta nos filhos), aumento de peso e uso de medicamentos, como cortisona (oral ou local).


A estria é ruptura da pele na camada média, com extravasamento de sangue por parte das fibras e vasos sanguíneos, por isso elas têm aspecto arroxeado no início, o tipo rubra, quando é mais fácil de tratar. ¿Ao serem absorvidas pelo organismo, tornam-se esbranquiçadas (alba) e mais difíceis de desaparecer com os tratamentos disponíveis¿, afirma a dermatologista Célia Kalil, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e chefe do Ambulatório de Cosmiatria da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.


Na adolescência, portanto, é possível prevenir, de acordo com o dermatologista Adilson Costa, de São Paulo, chefe do setor de Dermatologia Estética, Acne e Pesquisa Clínica do Serviço de Dermatologia da PUC (Pontífica Universidade Católica) de Campinas. "Deve-se evitar ganho de peso, fazer atividade física, ter uma dieta equilibrada e cuidar da hidratação da pele", recomenda. Os cremes antiestrias encontrados em farmácias e perfumarias, no entanto, não são curativos, alertam os médicos. "Eles são coadjuvantes na prevenção do problema, agindo como hidratantes", diz Costa.


Tratamentos
Para tratar o problema, o ideal, segundo Célia, é fazer uma avaliação médica de acordo com o grau e extensão do problema. Entre os tratamentos, os médicos indicam:


- Aplicação tópica de ácidos retinóico ou glicólico isolados ou em associação com peelings de cristais (de 20 a 40 sessões) ou laser (cinco a dez sessões). Durante o tratamento é proibido tomar sol.


- Microdermoabrasão feita em consultório com um aparelho especial que produz uma esfoliação na estria, fazendo a pele se fechar novamente.


- Subcisão, que consiste em introduzir uma agulha na região afetada e descolar a estria, o que melhora a cicatrização de dentro para fora.


Outras fases
As estrias podem aparecer após os 20 anos devido ao aumento de peso ou mesmo durante a gestação, quando a pele distende rapidamente.


Célia Kalil alerta, no entanto, que a resposta aos tratamentos não se alteram com a idade, mas sim em relação à fase da estria. "Para bons resultados, é preciso tratar no início, quando ainda está arroxeada", sugere. "O resultado dos tratamentos como laser e subcisão pode cair a 50% de sucesso quando aplicados nas estrias já instaladas, do tipo alba", diz Costa.